Tem quem diga que dormir engorda. Mas tem quem diga, também, que dormir emagrece. Aí fica a dúvida: uma boa noite de sono ajuda ou não a eliminar os quilinhos extras? Felizmente, a questão já foi objeto de diversos estudos e as controvérsias foram eliminadas.
Cansaço, olheiras, dificuldade de concentração e mau humor… Não tem quem não conheça e já não tenha presenciado os efeitos de uma noite mal dormida. Mas o que muita gente não sabe (e talvez você seja uma dessas pessoas) é que a falta de sono tem uma relação direta com o ganho de peso.
Quem dorme pouco ou não possui uma rotina de sono bem definida pode acabar prejudicando todo seu esforço para emagrecer por conta das poucas horas que ficou na cama. Pode acreditar: talvez esse seja um dos motivos que fazem você não perder peso mesmo praticando exercícios diariamente.
Sim, dormir emagrece!
Isso acontece em razão de alguns hormônios que ficam desregulados quando somos privados de uma boa noite de sono. Esses hormônios são responsáveis por regular o apetite e, quando sofrem alterações, podem fazer com que as pessoas se alimentem de forma incorreta no dia seguinte.
Se dormir mal vira rotina, as alterações alimentares podem ser permanentes e o aumento de peso é uma consequência certa. Isso foi mostrado, inclusive, em um estudo feito pela Universidade de Harvard: as pessoas que dormem em média 5 horas por noite têm chances muito maiores de desenvolverem obesidade quando comparadas àquelas que dormem por aproximadamente 7 horas.
Mas qual é a relação entre uma boa noite de sono e a perda de peso?
O corpo produz dois hormônios que ajudam a regular o apetite: a grelina e a leptina. Quando dormimos pouco, a quantidade desses hormônios é afetada e nós ficamos mais propensos a sentir muita fome. Além disso, o organismo demora mais tempo para associar que está saciado, levando a uma ingestão alimentar muito maior.
Quem mostrou isso foi o Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism. Eles concluíram, em um estudo, que quem dorme menos de 6 horas por noite produz menos leptina e estimula a produção de grelina, aumentando consideravelmente a fome.
Isso acontece porque a leptina é o hormônio que está ligado à saciedade. Quando regulado, ele ajuda o organismo a reconhecer que está satisfeito. Quando está em falta, é responsável por diminuir a sensação de saciedade e fazer com que o corpo demore mais tempo para perceber que já ingeriu a quantidade suficiente de alimentos.
O outro hormônio afetado pelo sono é a grelina, responsável por fazer o corpo sentir fome. Quando dormimos mal, a produção do hormônio aumenta e sentimos muito mais fome do que o normal.
Sabe quando você acorda com vontade de devorar tudo que vê pela frente? A culpa é dos hormônios e do seu sono mal aproveitado.
Dormir pouco = comer muito
Pode acreditar: a sua alimentação está totalmente ligada às horas que você dormiu na noite anterior. O fato é real e já foi comprovado por algumas fontes.
Um estudo feito pela BBC mostrou isso de forma prática. Foi analisada a alimentação matinal de quatro voluntários – um deles dormiu por uma noite inteira enquanto os outros três tiveram seu sono interrompido algumas vezes por um bebê de brinquedo programado para chorar de tempo em tempo.
O resultado não foi diferente do que o esperado: o voluntário que teve uma boa noite de sono tomou o café da manhã que estava habituado. Os outros três, por outro lado, comeram mais do que estavam acostumados e fizeram escolhas de alimentos menos saudáveis.
Isso foi mostrado, também, pelo King’s College London. O estudo mostrou que uma noite mal dormida resulta em um aumento na ingestão calórica no dia seguinte – os pesquisados consumiram, em média, 385 calorias a mais do que o normal.
O aumento no número de calorias está ligado às más escolhas alimentares: quem dorme mal tende a comer mais alimentos doces e gordurosos, diminuindo o consumo de proteínas. Se o hábito for frequente, as mudanças na alimentação podem ser permanentes e levarem a um significativo aumento de peso.
Menos sono = mais estresse e mais gordura na barriga
Além da grelina e da leptina, existe outro hormônio que tem sua produção afetada quando dormimos mal: o cortisol. Conhecido como hormônio do estresse, ele exerce forte influência no acúmulo de gordura abdominal e é produzido em maior quantidade quando o sono é curto. Ou seja, o mau humor aumenta e a barriga também.
O excesso de cortisol está ligado, ainda, a um aumento nos níveis de açúcar no sangue – condição que pode provocar o desenvolvimento de diabetes. Isso foi mostrado em um estudo feito pela BBC.
Os pesquisadores pediram aos voluntários que dormissem no horário usual por dois dias, dormissem 3 horas mais tarde do que o que estavam acostumados em um dia e dormissem o máximo que conseguissem no último dia de teste. No dia que os voluntários dormiram menos, os níveis de açúcar no sangue aumentaram consideravelmente – problema que foi resolvido com uma boa noite de sono em seguida.
E como faço para dormir melhor?
É isso que você deve estar se perguntando depois de conhecer todos os malefícios de uma noite mal dormida. Felizmente, existem alguns truques que podem ser acrescentados na rotina para te ajudar a ter um sono mais agradável.
O primeiro deles é diminuir os estímulos que possam te manter acordado. Evite tomar café e outras bebidas cafeinadas à noite e evite, também, o consumo de alimentos muito gordurosos e protéicos – prefira aqueles com digestão mais fácil.
Outro estímulo que atrapalha (e muito!) o sono são os aparelhos tecnológicos. Defina um horário para desligar a televisão e não leve o celular para a cama. Nos momentos finais antes de se deitar, leia um livro ou medite – em pouco tempo, seu corpo perceberá que esse é seu ritual de desligamento e pegar no sono será um processo muito mais simples.
Se precisar de uma ajuda extra, conte com aulas de yoga para ajudar a eliminar a insônia do seu dia a dia. Elas podem ser feitas antes de dormir, sem sair de casa, gastando apenas 20 minutos. Confira outros benefícios da prática clicando aqui.